Tatuagem: Rock’n’Roll na pele!

“Decorar” a pele com desenhos coloridos tem sido uma prática cada vez mais frequente assumida por pessoas de todas as idades e extratos sociais. Não são mais apenas motociclistas (motoqueiros?), marinheiros e roqueiros que riscam figuras e mensagens pelo corpo, embora tenham sido eles, sem dúvida nenhuma, os primeiros a incorporar essa prática ao seu estilo de vida. Tatuagens, hoje em dia, fazem parte do estilo de vida de várias tribos e gerações.

A prática de tatuar o corpo é centenária e tem sua origem em tradicionais rituais tribais e religiosos. Olhando a história de muitos anos atrás vamos encontrar pessoas tatuadas na cultura Européia (durante o reinado de Luis XIV, na França, e da Rainha Victória, na Inglaterra), da Polinésia, da Índia, da Ásia e de tribos como os Kabyle no norte da Algéria, na África.

Segundo a orientação dos adeptos do Hare Krishna, a tatuagem era originalmente utilizada pelos monges, não com a intenção de decorar o corpo nem de satisfazer vaidades, mas com a função de protegê-lo. Eles colocavam símbolos – “yantras” – com muita força espiritual, para “fechar o corpo”. Até hoje os devotos de Krishna usam marcas na testa e em alguns pontos vitais e energéticos do corpo, chamados “chakras”.

No candomblé, as incisões na pele têm importância vital para “fazer o santo”. É necessário fazer incisões nos braços, nas costas, e é usado um produto dentro do corte, que depois que cicatriza fica meio azulado deixando uma marca indelével, uma forma de tatuagem. Muitos povos africanos cortavam o rosto, um corte grande e profundo, para identificar e distinguir a que tribo ou aldeia pertenciam. Essa “marca registrada” primitiva acabou sendo incorporada pelos adeptos da tatuagem que também identificam, pelos seus desenhos, a que tribo pertencem.

Loucos e Irresponsáveis
Entre os muitos mitos preconceituosos da nossa cultura ocidental, as tatuagens ganharam uma conotação negativa, classificadas como práticas de pessoas loucas e irresponsáveis.

Nos dias de hoje, as novas gerações de apreciadores de tatuagens e tatuadores estão ajudando a mudar esse pensamento através da aplicação de métodos mais responsáveis de fazer tatuagens, seguras e incrivelmente artísticas, informando as pessoas sobre os valores pessoais e espirituais dessa atividade.

Os motociclistas e os marinheiros foram, sem dúvida nenhuma, as primeiras tribos a adotar o visual do corpo decorado com imagens tatuadas, embora usassem linguagens diferentes. Os motociclistas homenageavam suas máquinas, suas viagens e suas aventuras, enquanto os marinheiros registravam seus amores passageiros e as saudades das terras que haviam conhecido.

O encontro da tatuagem com o rock’n’roll foi inevitável. Duas manifestações de contestação, rebeldia e liberdade, não podiam viver separadas. O movimento hippie se encarregou de espalhar a novidade pelo mundo e quando o heavy metal chegou pesado, as tatuagens passaram a fazer parte do repertório visual das bandas do mundo inteiro. Foi imediata e intensa a identificação desses radicais. Mesmo não sendo tatuagens definitivas, as máscaras do Kiss lançaram definitivamente esse tipo de adorno na moda.

Estilo de Vida
Deirdre Bums é uma jovem tatuadora norte-americana que tem mais de trinta tatuagens gravadas no corpo, define bem o que isso significa: “- Minhas tatuagens são uma espécie de mapa da minha vida. Eu digo isso porque não planejei um caminho para chegar a este resultado. As tatuagens simplesmente foram acontecendo para registrar diferentes momentos da minha vida, emoções, descobertas, encontros e desencontros. Eu não consigo me imaginar vivendo sem elas”. Seu companheiro de estúdio, Rob Taylor, complementa: “- A primeira tatuagem que eu fiz foi este pequeno dragão. E fiz ainda numa idade em que não sabia direito o que queria. Só sabia que queria fazer uma tatuagem. Depois da primeira, não consegui mais parar. Não via a hora de fazer a próxima. Meus pais e os garotos da escola não entendiam muito bem porque eu gostava daquilo, mas eu sempre dizia pra eles que gostava muito. Foi quando conheci um cara que trabalhava num estúdio de tatuagem e comecei a trabalhar para ele em troca de mais tatuagens. Hoje é difícil encontrar lugar na minha pele para mais uma tatuagem”.

No Brasil não é diferente. A tribo dos tatuados e tatuadores é grande e tem adeptos em todas as outras tribos. O “Ferrugem” é um personagem que representa muito bem essa nova geração. É um tatuador-tatuado que ficou muito conhecido pelo seu trabalho no estúdio da galeria do rock, no centro de São Paulo. E cada dia ele se envolve cada vez mais fundo nesse mundo da transformação da aparência corporal.

Perguntamos a ele o que significa para as pessoas fazer uma tatuagem, porque as pessoas se tatuam? Ele respondeu que existem muitos motivos que levam as pessoas a fazer tatuagens. Que cada um tem um motivo diferente.

Hoje em dia fazer tatuagem virou moda. Então, há muito mais pessoas fazendo só pra mostrar que têm uma. Mas, tem muita gente também que faz por curtição mesmo, homenageando bandas, personalidades, pessoas queridas, desenhando frases, símbolos e expressões de religiosidade.

A época em que as pessoas mais fazem tatuagens é o verão. Como as pessoas se expõem mais, se mostram mais, querem fazer uma tatuagem. É mais uma característica dessa idade do culto ao físico em que vivemos. Para se sentirem felizes, as pessoas têm que se sentir bonitas antes de tudo.

Mas, quando perguntamos a ele o que a tatuagem significa para ele tatuador/tatuado, a resposta veio na ponta da língua: “- Tatuagem é um estilo de vida. Quando você se envolve com ela, não sobra tempo pra pensar em mais nada, em outra atividade. Você começa a viver todas as horas do seu dia querendo aprender, querendo saber sempre mais sobre o assunto, querendo desenvolver cada vez mais a sua técnica, o seu desenho, a sua expressão. E o seu corpo passa a ser um grande laboratório para as experiências dos amigos tatuadores. É puro rock’n’roll na pele! Mesmo que isso signifique restrições na sua convivência social. Porque uma pessoa com tantas tatuagens como eu tenho, por exemplo, sofre algumas limitações na sua vida. Por outro lado, me considero uma pessoa completamente normal, igual a todo mundo, com contas pra pagar, necessidades normais de consumo, sem nenhum tipo de privilégio, muito pelo contrário”.

Ele não destaca nenhuma de suas tatuagens, diz que todas são especiais porque cada uma teve uma motivação diferente. E também não sabe precisar quantas tatuagens tem desenhadas no corpo por causa do estilo que emenda uma imagem na outra, o que significa dizer, por exemplo, que o braço inteiro fechado é contado como apenas uma tatuagem.

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3 respostas para Tatuagem: Rock’n’Roll na pele!

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